CUIDADO COM OS SPOILERS!
Prólogo
Cercada
de fantasmas. É assim que eu me sinto.
O
espaço à minha volta se comprime conforme a pressão sobre meus pulmões aumenta
ao ponto de ameaçar explodi-los. Submersa em piche, acorrentada pela alma,
espremida por cada e todo ângulo simultaneamente, tão incrivelmente sufocada,
que o ar parece veneno, tão necessário quanto letal.
Onde eu estou?,
penso. Onde eu estou e por que não consigo sair? Quero arranhar as extremidades
desse caixão negro, arrancar a pele que gruda nessas correntes, libertar meu
corpo desse tormento, mas não consigo. Sei que jamais conseguirei.
Eu
sou a cela que me aprisiona. Minha mente é minha carcereira, e fui eu mesma
quem me condenou à prisão perpétua. Um alívio. Uma fuga. Uma redenção. Não
mereço perdão, então me prendo, tão fundo em mim mesma, que aos poucos esqueço
quem costumava ser.
Não
importa. Enquanto me debato, há outra vivendo em meu lugar.
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