sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O Senhor das Almas - 1º Capítulo

Então há alguns dias, no Halloween, presenteei vocês com a capa de O Senhor das Almas lá na fanpage. O livro ainda está no seu intenso processo de revisão (maldito perfeccionismo) e portanto ainda não tenho previsão de quando ele será liberado pra vocês digitalmente, menos ainda de uma edição física. Mas como vocês tem sido fiéis seguidores por um tempo longo demais, alguns aturando essa demora desde 2011, quando a primeira edição do Bruxas foi publicada, resolvi que podia dar mais um presentinho, né?

Então feliz sexta-feira 13! Não matem nenhum gato preto - ele pode ser o Toy. E aqui está o primeiro capítulo de O Senhor das Almas.


Adaptação

Levantei-me subitamente, meu peito queimando. Desesperada por ar, suprimi um grito quando a respiração falhou e precisei tossir para desobstruir a garganta, embora nada houvesse em seu caminho que pudesse impedir o ar de entrar.
Em rápidos e imprecisos goles, o ar voltou a circular em mim. Apalpei-me por reflexo nos pulsos, tornozelos e abdômen, apenas para certificar-me do que já sabia: estava inteira, e estava livre. Infelizmente, essa certeza pouco podia fazer sobre a agonia que se instalara em meu corpo após aquele sonho.
Sonho. Como me atrevia a chamar aquilo de sonho? Eu conhecia os limites entre a realidade e os truques da mente muito bem, e não podia mentir para mim mesma. Não era sonho. Era ela.
E ela estava gritando.
Estremeci com o suor frio que escorria pela minha pele. O cômodo estava quente e abafado, mas puxei os lençóis da cama até o pescoço para me cobrir. Sentia a já conhecida pressão latejando em minha nuca, lutando contra a onda de vertigem que me impedia de manter os olhos abertos.
Malena?, chamei. Minha voz era como um sussurro perdido em minha mente.
Ela não respondeu, como já imaginava que faria. Em lugar de sua voz, havia apenas o eco, tão intenso quanto o som de mil gotas tocando o chão. E aquilo era pior, muito pior. Eu não fazia ideia do quanto o vazio poderia ser doloroso até perde-la.
Aquilo não deveria estar acontecendo. Eu não deveria senti-la, não deveria escutá-la em meu sono. Malena havia voluntariamente se recolhido, suprimido sua consciência – e ainda assim, já sete dias depois, parte dela lutava para emergir novamente.
Deitei-me novamente, aos poucos recobrando a calma. O sono, eu estava certa, não mais retornaria. A noite estrelada que se erguia pela janela afora indicava o meio da madrugada. Haviam ainda longas horas a gastar acordada – e absolutamente nenhum prazer nisso.
De fato, a alegria por ser, enfim, dona de mim mesma havia desaparecido já nos primeiros dias no controle. Por onde olhasse, estava claro o estrago feito por Malena: nos olhos baixos ao passar por mim, nos sussurros que me seguiam pela cidade, na cela solitária em que ela se enclausurara por tanto tempo que, ao verem-na fora, todos caíam no estranhamento. Nos últimos meses, Malena tinha se tornado uma garota de poucos amigos e passos invisíveis – e agora, era eu a conviver com aquela incômoda vidinha medíocre que ela havia construído.
Na minha primeira manhã, desci as escadas rumo ao café da manhã em família com um início de sorriso nos lábios, e mais energia do que havia sentido em cem anos. Mas meu “bom dia” não foi recebido com a alegria que eu esperava. Do contrário, os pais de Malena – meus pais, tentava acostumar-me a dizer – encararam-me como se há semanas não vissem aquele rosto ou escutassem aquela voz. O silêncio que recaiu sobre a cozinha era de tal forma intenso que pude escutar o farfalhar do vento sobre a folhagem do jardim, do lado de fora.
- Bom dia, querida. – a mãe disse, mas seu tom não era o mesmo que já escutara dezena de vezes antes. Não havia as notas de carinho, nem a entonação de alegria; as mesmas haviam dado lugar a um cuidado calculado e ao peso da preocupação. Como se aquelas três palavras, sozinhas, fossem capazes de partir-me ao meio.
Meu sorriso se desfez, contudo, não me permiti desanimar. Ignorei seus olhares de descrença e sentei-me à mesa, servindo-me de torradas e geleia. O corpo de Malena – meu corpo – parecia fraco e estava visivelmente debilitado. Estava mais do que na hora de nutri-lo.
- É cedo pra estar acordada, Malena. – o pai disse, então, com igual calma e cuidado – Você não está de férias?
- Sim. Mas não quero desperdiçar o dia na cama. – declarei, devorando, em seguida, meu desjejum.
Novamente, calaram-se. Seus olhares confusos e sua completa ausência de palavras eram, para mim, incomparavelmente mais incômodos do que se me lançassem críticas em alto e bom tom.
A cena se repetiu todos os dias desde então. Mas meus pais, percebi logo, eram apenas dois dos muitos que viriam a me lançar olhares enviesados. Todos em Oxford – conhecendo-me ou não – olhavam-me com mesclas de incerteza e pena. Após meses convivendo com uma Malena deprimida, ninguém estava pronto para lidar com esta nova faceta. Não sabiam bem como recebe-la, como trata-la. Só havia um que me compreendia, o único que também sabia meu segredo.
- Toy? – chamei, no escuro. Estava cansada, porém muito desperta; não queria ficar sozinha. Eu sabia que ele estava ali em algum lugar. Podia ouvir o ronco suave de sua respiração.
Ele, é claro, não respondeu de imediato. Toy não vinha sendo tão agradável ou receptivo quanto eu esperava desde o meu retorno. O tempo todo, agia como se ter-me de volta fosse uma inconveniência. Mesmo assim, não me deixava. Fosse por piedade ou consideração, fazia-me companhia; ele era tudo o que me restava.
- Sim? – respondeu, com a voz, já normalmente monótona, carregada com um tom de sonolência.
- Não consigo dormir.
- Evidentemente.
Calei-me. Sabia que estava sendo intratável, mas a ansiedade sufocava-me por dentro. Me virei na direção de onde vinha sua voz e sussurrei, temendo minha própria confissão:
- Eu posso ouvi-la, sabe? Durante o sono. Está me enlouquecendo.
Silêncio. O peso de minhas palavras parecia cercar-me como uma fumaça densa e espessa, travando-me a garganta e fazendo-me arfar por um instante. A loucura, percebi, estava há apenas um passo de distância. Eu estava na beirada, e Malena estava me pressionando para pular.
Os passos leves de Toy sobre a cama despertaram-me de meus medos. Eu o senti se encolher ao lado das minhas pernas, e me dei conta de que nunca – nem mesmo em minha outra vida – ele havia se aproximado tanto. Subestimei sua intimidade com Malena. Ela acabara se tornando para ele algo que jamais fui.
- Obrigada. – murmurei, mas ele ignorou meu breve e raro agradecimento.
- Você deveria procurar ajuda. – disse.
- Não tenho a quem recorrer.
- Tem certeza?
Suspirei. Sabia a quem se referia, mas em se tratando dela, eu sempre hesitaria em pedir ajuda. Malena podia confiar sua vida a ela, mas eu não. Jamais poderia, ainda que ela passasse toda a sua nova vida tentando redimir-se.
- Ela não é mais bruxa. Não poderá ajudar em nada. – respondi, minha carranca evidente em minha voz.
- Ela ainda sabe muito mais sobre magia do que você. – Toy apontou, e relutei, mesmo sabendo que estava certo.
- Não consigo confiar nela, Toy.
- Malena confiava.
- Malena era tola e fraca. Veja onde isso nos trouxe.
- Estou vendo. E não gosto do que vejo.
Tão depressa quanto se aproximara, Toy se foi e me virei novamente para encarar o teto escuro. Há tempos não me sentia tão sozinha.

Eu não pude ver durante a noite, mas, tão logo os primeiros raios de sol iluminaram o quarto, algo captou meu olhar.
Franzi os olhos, a princípio, tanto pelo baque da claridade, quanto por não compreender de imediato o que via. Então lembrei-me do pesadelo, e do susto, e entendi.
Rachaduras imensas cortavam o teto do quarto em dois, três, inúmeros pedaços. Uma linha maior dividia o teto ao meio, e outras menores seguiam em todas as direções, num desenho irregular e assustador. Felizmente, nenhuma das rachaduras parecia demasiadamente profunda – de outro modo, eu temia, todo o telhado teria desabado durante a noite.
Levantei-me, e acompanhei a extensão dos danos enquanto andava pelo quarto. Aquilo não deveria acontecer. Lâmpadas quebravam, vidros estilhaçavam, mesas tremiam quando uma bruxa estava muito exaltada. Aquilo estava muito além de qualquer descarga de energia que eu jamais havia produzido. Eu ou qualquer outra bruxa.
Meus braços formigaram, e o arrepio que se seguiu não ajudou a manter os pensamentos ruins afastados. Não é nada demais, repeti para mim mesma, mas minha consciência me traía. Olhei para meus braços, e depois novamente para o teto. Por quanto tempo mais eu poderia continuar mentindo?

***

Você está fazendo a coisa certa.
Você precisa de ajuda.
Você sabe que não tem outra opção.
Repeti desculpas em silêncio para justificar o que estava fazendo, mas nada parecia capaz de melhorar a revolta em meu estômago – ou no meu humor. Ao mesmo tempo em que insistia que não estaria ali se houvesse outra escolha, questionava-me sobre meus próprios limites.
Tornei a tocar a campainha, embora tivesse feito isso há menos de um minuto. Talvez eles não estejam em casa, pensei, mas sabia que não havia chance. As cortinas e as janelas estavam abertas, o carro estava na garagem e eu podia ouvir passos e o tilintar suave de chaves vindo em minha direção.
Quando a porta se abriu, quaisquer palavras que ela pudesse ter a dizer morreram com a surpresa nos seus lábios entreabertos. Também não disse nada. Encarei suas feições, tão admirada quanto sempre ficava pela inexplicável e inegável semelhança que seu novo corpo tinha com o antigo. O mesmo nariz fino, os mesmos cabelos louro-mel, o mesmo formato dos olhos e a mesma altivez na postura. Não havia qualquer conexão genética entre os Gordon e os Von Evans – nossa linhagem acabara no momento em que a fogueira se acendeu em 1895 – mas era como se sua alma tivesse trazido também suas características físicas para esta nova vida.
- Malena. – ela disse, e eu não conseguia distinguir as emoções em sua voz, tampouco em sua expressão. Tentei sorrir de modo a disfarçar minhas próprias inseguranças.
- Tente de novo. – falei.
Seu rosto perdeu completamente a cor. Um resquício de som saiu de seus lábios, mas não o bastante para formar uma frase concreta. Por fim, ela se afastou e me deixou entrar.
Instantes depois, Zethi – ou, como era conhecida nesta vida, Frida, minha tia – e eu estávamos sentadas frente a frente nos confortáveis sofás de sua sala de estar. Eu vira aquela sala por tempo o suficiente através de Malena nos últimos meses para não me sentir desconfortável ali. Após o incêndio na Casa Azul, aquela tinha sido nossa casa por muito tempo, e a sensação de ser acolhida ainda não havia desaparecido completamente.
No entanto, o mesmo não se podia dizer de Frida. Minha irmã de alma continuava em silêncio, numa mescla óbvia de choque e confusão. Para evitar meu olhar, ela encarava a filha, que brincava ruidosamente no tapete da sala com uma porção de objetos coloridos.
- Ela cresceu. – observei, embora não estivesse verdadeiramente interessada. Onde Frida via Linda, eu só podia ver Nayse. Mas meu comentário surtiu algum efeito. Ela abriu um leve sorriso.
- Crianças crescem rápido. E já faz bastante tempo desde a última vez que você a viu. – respondeu.
- De fato.
Silêncio. Finalmente, Frida ergueu seus enormes olhos acinzentados para mim, numa expressão tão temerosa que, mais do que nunca, me lembrou de Zethi. Eu me lembrava daquele mesmo olhar no dia em que fomos presas e condenadas à fogueira. Era um olhar que implorava pela salvação e pela luz no fim do túnel que jamais viria.
Por fim, perguntou-me:
- O que aconteceu com a Malena?
Uma pontada aguda tomou minha nuca, como se a própria Malena estivesse tentando responder. Ignorei a dor o melhor que pude e suspirei.
- Ela não aguentou a morte... – pensei no nome, mas não consegui dizer. Minha garganta se fechou, e fui obrigada a fazer uma pausa antes de prosseguir – Dele.
- Ela está...? – Frida nem precisou terminar a pergunta para que eu entendesse. Apressei-me a responder:
- Não. Ela está... viva. Dormente. – outra pausa. Quanto mais tentava explicar, mais agonia me causava. O nó que se formava em minha garganta parecia infinito – A dor... era demais. Ela me pediu para trocarmos de lugar há alguns dias.
- Pelo Senhor...
- Não. Não diga o nome Dele. – ergui a mão num sinal que parasse - É o motivo pelo qual isso tudo está acontecendo, para começar.
- Desculpe. - cobriu os lábios com uma das mãos - Velhos hábitos...
Assenti. Eu compreendia. Era difícil evitar às vezes.
- Por que veio me ver, Dorothi? – ela disse, enfim, e seu tom de voz foi se exaltando –Tentei falar com ela... com vocês tantas vezes nos últimos meses, mas ninguém retornou.
- As coisas mudaram.
- O que mudou?
- Nós, para começar! – exclamei, como num ultimato. Os ombros de Zethi se encolheram quase que imperceptivelmente, e seus lábios se comprimiram numa linha fina. Respirei fundo e baixei a voz – Malena está... instável. Com tudo o que aconteceu... sinto que sua alma está partida, Zethi. Mais partida. Ela está dormente, mas eu consigo senti-la; não como antes, não como uma presença, mas como... como...
Incapaz de encontrar uma maneira correta de me expressar, soltei um grito baixo de frustração.
E então todas as lâmpadas explodiram.
O barulho foi tão alto que eu só reconheci o efeito porque as lâmpadas da sala de estar – no teto e no abajur – explodiram sobre nós. Zethi imediatamente se lançou sobre Nayse para protegê-la com o corpo. Quando nada restou além de respirações ofegantes e do choro estridente da criança, ela me lançou um olhar horrorizado.
- É disso que estou falando. – murmurei, cansada – Eu não sei o que está havendo, Zethi. Preciso de ajuda.
Lentamente, ela se levantou com a bebê no colo. Seu rosto estava franzido em preocupação e cansaço.
- Não se preocupe, nós vamos dar um jeito. – então olhou em volta, para os cacos de vidro no chão e os restos de lâmpada no teto – Mas antes, precisamos resolver isso.

Enquanto Frida acalmava Linda, colaborei na limpeza. Ergui os cacos de vidro no ar e os recolhi num grosso saco plástico. Quando tudo estava limpo, saímos para comprar lâmpadas novas. O dia estava ensolarado e bonito, então fizemos nosso caminho a pé. Nada em Oxford ficava a mais do que algumas ruas de distância, e em pouquíssimo tempo já estávamos de volta.
Percebi Zethi me olhando de soslaio enquanto eu a ajudava a colocar tudo em ordem novamente. Perguntei-me o que ela via ao olhar para mim; seria a sobrinha indefesa, a irmã de alma, ou a bruxa que ameaçava novamente sua segurança?
E eu, questionei-me então, como eu enxergava a mim mesma? Nunca acreditei que essa fosse uma questão muito difícil de se responder. Eu sempre havia sido muito segura sobre quem eu era e sobre o que acreditava, mas desde que eu despertara para esta nova vida, as linhas estavam cada vez mais indefinidas, e eu, cada vez mais perdida. Minhas certezas se esvaíam uma após uma, e eu temia que, em breve, não sobrasse muito mais a que me segurar quando eu precisasse.
- Você está muito quieta. – ela comentou, então. Já havíamos trocado todas as lâmpadas, e em todo esse tempo, não havíamos trocado mais do que meia dúzia de palavras baixas.
- Estou?
- Muito. Você costumava falar pelos cotovelos.
- Acho que a convivência com Malena me mudou.
Ela não respondeu. Havíamos chegado à parte sensível da conversa. Em vista do que teríamos pela frente, ela tentou sorrir e disse:
- Acho que essa conversa pede um bom chá. Gelado.
Com o chá pronto, nos sentamos no quintal, onde Zethi e seu marido – Hugo, se me lembrava bem – haviam disposto uma mesa de pedra com algumas cadeiras de frente para um jardim bem cuidado e florido. Ela serviu-nos um grande copo de chá de pêssego com generosos cubos de gelo, e, por mais alguns minutos, apenas encaramos a luz do sol sobre o gramado e as poucas nuvens que passeavam no céu. Oxford sabia como ter um verão agradável.
- Como tem andado as coisas pra você? – ela, enfim, me perguntou. Suspirei e tirei um minuto para pensar antes de responder.
- Não sei. – confessei – Gostaria de dizer que estão melhores, mas não seria completamente honesta. Não tem sido exatamente uma vida para ela desde...
A frase morreu, mas o olhar de Zethi me indicava que ela sabia a que eu me referia. Engoli em seco e continuei.
- A verdade é que Malena se tornou bastante reclusa nos últimos tempos. Falar com alguém se tornou quase impensável.
- Então tem sido um tédio. – ela concluiu, e não pude evitar um risinho abafado.
- Extremamente tedioso, de fato.
- E quanto a esses... sonhos? – sua voz tornou-se mais sérias, e a observei empertigando-se na cadeira – E essas explosões?
- Desde o primeiro dia. – e, só de falar, pude sentir o cansaço pressionando meus músculos, ardendo nos meus olhos – As emoções dela continuam vazando, e eu não consigo evitar. Todo esse luto e essa dor, toda a culpa... são incontroláveis.
- Entendo.
- Entende? – ri com a ironia – Desculpe-me, Zethi, mas acho improvável que você entenda. Ninguém entende.
Ela respirou fundo, claramente tentando manter-se calma. Eu tinha plena consciência de que estava agindo como uma megera, mas velhos hábitos são mesmo difíceis de mudar. Zethi, contudo, não se deixou abalar.
- Vamos encontrar um meio de resolver essa situação. – disse, e sentir sua mão sobre a minha foi tamanho choque que quase pulei da cadeira – Amanhã, quero que volte aqui e traga nossos livros. Deve haver algo neles que possa ajudar.
- Está bem.
- E, bem, se você quiser, nós podemos... – pigarreou sonoramente, parecendo sem jeito – Podemos iniciar seus estudos. Você já completou dezesseis anos, já passou da hora. – fez uma pausa, mas ao perceber minha falta de reação, justificou-se – Eu sei que não sou mais uma bruxa, e que isso não me torna a pessoa mais indicada, mas, quero dizer, é a tradição que o bruxo mais velho da família ensine os mais novos, e como não temos mais ninguém...
- Zethi. – eu a interrompi, e ela parou imediatamente o que estava dizendo. Pelo que me pareceu a primeira vez em eras, sorri com sinceridade – Eu adoraria que você me ensinasse.
Ela sorriu, e quase pude ver o alívio correndo por suas veias quando um peso enorme pareceu deixar seus ombros.
- Começaremos amanhã, então.

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